Mamã, qual é o teu trabalho?

Créditos Fotográficos: João Camilo

Há dias, o Miguel fez-me esta pergunta. E eu, confesso, fiquei sem saber o que lhe responder...


Lá lhe disse que era tomar conta dele e do Maninho, brincar com eles, estar com eles... Ele não ficou lá muito convencido. Talvez, por eu própria não o estar a dizer com muita convicção!

Eu sempre acreditei na emancipação feminina, como ponte para a minha realização pessoal. Sempre achei que trabalhar fora de casa me estava no ADN. E continuo a achar! Ficar em casa não foi uma decisão minha/nossa. Aconteceu. E, quando aconteceu, eu quis ficar com o Rodrigo até ele ir para a escola. Fazia todo o sentido, para mim. E eu adorei esta oportunidade! Mas, agora que ele está na escola, e até bem integrado, faz cada vez mais sentido o meu regresso ao mercado de trabalho.

Mas, querem que vos confesse uma coisa? Os testemunhos que oiço, as notícias que leio, a minha própria experiência pessoal, levam-me a duvidar que as empresas se tenham conseguido (ou, sequer tentado) adaptar à entrada da mulher no mercado de trabalho e às consequentes alterações que isso implica no que diz respeito à necessidade de haver um equilíbrio entre a vida profissional e familiar. E isso entristece-me! Mais que isso, dificulta a minha decisão de regressar ao mercado de trabalho. Porque eu quero continuar a ter tempo para os meus Filhos. Quero ir buscá-los cedo, quero poder participar nas atividades da escola deles, quero poder acompanhá-los às consultas, quero poder ficar com eles quando estão doentes... Sem pressões, culpa, cobranças e ameaças mais ou menos dissimuladas.

Casos como o que a Bea, do Bloga8, contou aqui, revoltam-me. E acontecem todos os dias. Alguns mais explícitos, outros mais encobertos. Mas ainda é a realidade que muitas mulheres enfrentam!

A diminuição da taxa de natalidade, apesar do desejo das pessoas em terem mais Filhos, está aí, para demonstrar, precisamente, que é fundamental, eu diria até urgente, apoiar a Família, criar condições para que Trabalho e Família se possam integrar de forma harmoniosa.

Não podemos continuar a assistir, de braços cruzados, ao envelhecimento da nossa população, à ginástica desgastante que Pais e Mães têm que fazer para poder acompanhar os seus Filhos, como se de um capricho se tratasse.

Sendo certo que, parte dessa responsabilidade é do Estado, não podemos deixar de exigir que também as empresas mudem a sua postura! Que, também elas, sejam "amigas da Família"!

Quem me conhece sabe que eu não gosto de falar, só por falar. De criticar, sem mostrar como se pode fazer diferente.

Por isso mesmo, quero mostrar-vos empresas que se distinguem por fazerem diferente. Elas existem e são, imagine-se só, empresas bem sucedidas! Aliás, de acordo com Sandra Coelho, da Great Place to Work, começa a assistir-se a uma viragem, gradual, onde as empresas se estão a aperceber da importância de adotar medidas de apoio à parentalidade (e não, apenas, à maternidade), como forma de fazer uma gestão adequada do seu capital humano, de reter os seus talentos. Medidas como a comparticipação das creches, ou a atribuição de um prémio de nascimento dos Filhos (que, em alguns casos, se extende também aos casos de adoção), mostram que há empresas que já perceberam que o velho ditado "Quem meus Filhos beija, minha boca adoça" também se pode aplicar à motivação e produtividade dos seus colaboradores. De entre as empresas avaliadas no âmbito do ranking The Best Place to Work, atualmente, as empresas da indústria farmacêutica serão as que têm um maior número de práticas implementadas. Nos critérios de avaliação para este ranking, são, naturalmente, avaliados critérios como a flexibilidade em adaptar o horário de trabalho, quando é necessário ou o encorajamento para a conciliação da vida pessoal e profissional.

Por isso, já há empresas empenhadas em proporcionar, aos seus colaboradores, uma elevada qualidade de vida. Empresas, bem-sucedidas, que se preocupam com o bem-estar de quem nelas trabalha!

E é com esta nota de esperança que eu gostava de deixar um apelo: vamos dar a conhecer (bons) exemplos de empresas com medidas implementadas, de apoio à Família. Estes exemplos precisam ser partilhados! As outras empresas precisam ver que, afinal, é possível a conciliação entre a vida familiar e profissional (e que podem, e devem, incentivar esse equilíbrio, quanto mais não seja, porque só têm a ganhar com isso!). As pessoas, Mães, Pais, trabalhadores em geral, merecem conhecer essa realidade. Merecem ver que há esperança de, um dia, serem mais as empresas "amigas" da Família, do que as restantes!

Desta forma, se conhecerem empresas assim, com medidas implementadas que vão além do que é exigido por lei, enviem-me um email (gobabygoblog@gmail.com).

Vamos divulgar esses casos!





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